quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fernão Mendes Pinto_Peregrinação (Grandes Livros).avi


Fernão Mendes Pinto nasceu por volta de 1509 e faleceu a 8 de Julho de 1583. A primeira edição de Peregrinação só surgiu em 1614. Foi contemporâneo do auge do período da expansão marítima portuguesa.

A sua vida pode ser entendida como estando dividida em três fases. Uma primeira, narrada sucintamente no primeiro capítulo de Peregrinação, compreende a sua infância, adolescência e juventude, vividas em Portugal, com os pais, em Montemor, Lisboa e Santiago do Cacém. Em 1521, muda-se para Lisboa para casa de um tio, até entrar, cinco anos depois, ao serviço de uma dama nobre, da casa da qual fugiria, um ano e meio depois, por razões desconhecidas. É o momento em que se inicia a sua vida aventurosa. Embarca para Setúbal, numa nau que é assaltada por corsários franceses, tendo ficado com toda a tripulação «nus e descalços» na praia de Melides. É recolhido e tratado por uma senhora nobre de Santiago do Cacém, que lhe arranja trabalho em casa de Francisco de Faria, a quem serve por quatro anos. Daí passa para moço de câmara de D. Jorge, Mestre de Santiago, até embarcar numa armada que seguia para a Índia, à procura de dois dos seus irmãos.

Na segunda fase da sua vida, Fernão Mendes Pinto viaja em busca de fortuna, entre 1537 e 1558, pelos mares da Arábia, da Etiópia, Índia, Samatra e Japão. Percorreu os inúmeros reinos do sudoeste asiático, da China e do Japão, como rico e pobre, escravo e mercador, diplomata e soldado. Foi um dos primeiros europeus a desembarcar no Japão, onde introduziu as armas de fogo. Este acontecimento ainda hoje é comemorado todos os anos naquele pais, no último fim-de-semana de Julho, com a realização do Festival da Espingarda, em Nishinoomote, na ilha de Tanegashima. Também no Japão conhece São Francisco Xavier, tendo entrado para a Companhia de Jesus, em Goa, após a morte do Santo, abandonando-a pouco depois em circunstâncias não completamente esclarecidas.

O regresso a Lisboa, oriundo da Índia, em 1558 marca a terceira fase da sua vida. Casou-se com D. Maria Correia Brito, foi viver para a quinta do Pragal onde teve duas filhas a quem dedica Peregrinação que redigiu de memória, entre 1569 e 1578. Quase tudo o que se sabe sobre a vida do autor é baseado na obra Peregrinação, que é predominantemente autobiográfica.

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